Robert Darnton, professor e bibliotecário na Universidade de Harvard escreveu um artigo no The Chronicle of Higher Education sobre os mitos/equívocos associados à Sociedade da Informação. Decidi pegar nesses mitos e ilustrá-los com exemplos nacionais:
1. O livro morreu: por cá, Miguel Freitas da Costa, por ocasião do início da 81.ª Feira do Livro de Lisboa, fala de um novo tipo de leitor que lê mais livros;
2. Entrámos na era da informação: Luís Mira Amaral refere que a Sociedade da Informação é a 4.ª revolução da informação. A 1.ª foi a invenção da escrita na Mesopotâmia seguida da invenção do livro escrito na China e Gutenberg é o responsável pela 3.ª revolução. Cada era é da informação, à sua maneira.
3. Toda a informação está disponível na Internet: uma visita rápida aos depósitos e salas de leitura das nossas bibliotecas rapidamente deita este mito por terra…
4. As bibliotecas são instituições obsoletas: a vivacidade da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas e da Rede de Bibliotecas Escolares exterminam esta afirmação.
5. O futuro é digital: no caso particular da nossa indústria livreira, recomendo a leitura do artigo Magnatas dos livros: os três grupos que dominam a edição da revista NS’ do Diário de Notícias de 23 de Abril de 2011. O futuro digital do livro em Portugal ainda parece estar a uma grande distância. O mesmo já não acontece lá fora, com os dispositivos Kindle e Nook, entre outros. A oferta de livros electrónicos por parte das editoras portuguesas* é, ainda, muito reduzida.
E vocês, acrescentariam mais alguns mitos a esta lista?
AMARAL, Luís Mira (2007) – A sociedade da informação. In COELHO, José Dias, coord. – Sociedade da informação : o percurso português : dez anos de sociedade da informação : análise e perspectivas. Prefácio de Jorge Sampaio. Lisboa : Sílabo. P. 86-92.
DARNTON, Robert (2011) – 5 myths about the information age. The chronicle of higher education [Em linha]. [Consult. 28 Abr. 2011]. Disponível em WWW: < http://chronicle.com/article/5-Myths-About-the-Information/127105/>.
* Parece que as editoras Babel e LeYa inovaram na 81.ª Feira do Livro de Lisboa, segundo este artigo do Público, mas ainda não tive oportunidade de visitar.